Operações da CIA no Porto

Investigação que li no Jornal EXPRESSO, de 7 de Outubro de 2006.
No site deles não encontro a notícia, "sumiu" ?
Então tenho que transcrever tudo o que tenho no jornal impresso, página 10.
Uma equipa permanente de 4 a 6 agentes norte-americanos da CIA ficou instalada no Ipanema Park e no Sheraton do Porto em
algumas das 13 noites passadas naquela cidade entre 2002 e 2004. Os hóteis foram usados como uma base discreta para planear e coordenar missões
dos serviços secretos dos Estados Unidos.
Os únicos passageiros vistos a embarcar e desembarcar, no aeroporto Sá Carneiro, do avião conhecido na imprensa internacional "expresso de Guantanamo" apresentaram sempre um comportamento
notoriamente suspeito.
"Andavam vestidos à civil , mas mostravam ter uma rígida obediência hierárquica, como em qualquer estrutura militar, e estavam todos em excelente forma".
Alguns aparentavam ser elementos das forças especiais, um deles sobretudo ,parecia um daqueles "marines" bem encorpados que se ve nos filmes.
Na maioria de vezes que chegavam à cidade ,quase sempre de noite, transmitiam grande tensão e nervosismo.
Ao longo das dez estadas efectuadas no Porto ,os agentes foram sempre os mesmos, com eles ficaram também hospedados um médico e os quatro pilotos que compunham a tripulação
fixa do Gulfstream V de matrícula N379P. Este é o avião mais conotado com o programa norte-americano de sequestro, transporte e tortura de suspeitos de terrorismo na Europa, África,
no Médio Oriente e na Ásia, sendo que já foram denunciados dois raptos feitos com o N379P na Suécia e no Paquistão.
O Expresso confirmou que nenhuma das autoridades portuguesas conservou a identidade dos passageiros nos controlos do aeroporto, incluindo o serviço de estrangeiros e fronteiras. (SEF)
- A quase total falta de informação, levou a que, há já quase um ano, antes do ex-ministro dos negócios estrangeiros ( Freitas do Amaral) ter ido ao Parlamento prestar esclarecimentos,
o SEF tenha enviado um Fax à empresa que tratou do "handling" do Gulfstream V , a pedir os dados sobre os passageiros desse e outros aviões, mas a verdade é que nas únicas identidades
guardadas pelos "handlers" dizem respeito aos pilotos. Duarante os dias e as noites em que esteve estacionado, o avião manteve as janelas fechadas e a cabine de passageiros vedada, sendo
difícil determinar se terão ficado eventuais detidos a bordo, em trânsito para outros destinos.
Vários funcionários do aeroporto estranharam a atitude passiva dos agentes do SEF ,tendo em conta o aspecto invulgar dos passageiros e o mistério das janelas fechadas do avião.
E, sobretudo, tendo em conta as origens e os destinos que nenhum avião civil num voo privado poderia ter, como a vez em que aterrou um vindo do Iraque e a vez em que descolou um
em direcção ao Afeganistão em alturas em que os dois espaços aéreos estavam interditos por se encontrarem em situação de guerra.
Nenhuma inspecção foi feita ao avião, .
Notícia do Expresso, 07 de Outubro de 2006, página 10 .


Imagem do Gulfstream V de matrícula N379P :


CIA plane

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